sexto sentido

terça-feira, maio 11, 2004

Ser alguém

Ainda agora aqui cheguei e já quero ser alguém.
Sou uma perfeita desconhecida. Perfeita, porque tenho todas as qualidades dos seres desconhecidos. Digo algumas coisas, opino sobre outras, mas essas ilações passam sempre despercebidas ao mundo.

O que fazemos aqui na blogosfera, nada mais é do que deixar algum rasto de ideias, algumas sugestões sobre os problemas dos comuns dos mortais.
Mas, também, não quereria ser conhecida pelos meus actos contraproducentes. Gostaria que, e apesar de tudo, o que aqui deixo escrito, desse algum alento a quem não o tem. Que alguém se identificasse com estes ideais, que os aproveitasse, que deles retirassem caminhos, filosofias de vida.

Quero ser alguém, não apenas pelo que deixo escrito, mas também, e sobretudo pelas minhas acções.
Tento no dia-a-dia ser exemplar, não deixar margem para dúvidas. Mas quantos não são os perfeitos desconhecidos, que o fazem e que nunca deixam de o ser.

Mas será assim tão importante ser alguém? Alguém reconhecido?

Penso que não. Penso que o mais importante é sermos nós próprios a termos orgulho naquilo que somos. Sabermos que face às ferramentas que nos foram dadas, conseguimos com elas tirar o máximo proveito da vida. Da nossa e da dos outros.

Mais importante que ser alguém, para o mundo, é sermos alguém para o nosso mundo, para aqueles que nos abarcam. E aí sim, acredito que podemos deixar obra feita.

C