sexto sentido

terça-feira, janeiro 13, 2004

Dissonâncias II

Os filhos, apesar de terem uma responsabilidade acrescida no que toca a manter relações, nem sempre são o garante de que isso aconteça.
E aqui acho que não é mais por uma questão de egoísmo, mas por uma questão de busca da felicidade.

Tal como eu disse no post de ontem, penso ser difícil manter uma relação em que os dois optaram por fazer caminhos diferentes.
Um, porque olha mais à estabilidade e aos bens materiais, a outra (eu) porque está em busca da auto-realização, de conseguir sentir que tem um lugar na sociedade, e que esse lugar é um lugar válido, um lugar útil. Que aquilo que faz se traduz num melhoramento da sua envolvente.

E porque é que isto não resulta? Simplesmente porque o amor existe, mas é um amor condicionado. Ou seja, porque ele não quer que eu mude. Ele ama-me como no dia em que me conheceu, mas como eu era nesse dia e não como eu sou hoje. Ele ama a imagem que fez de mim, mas eu já não quero ter essa imagem, quero mudá-la, quero evoluir para uma outra fase, para uma outra dimensão.

Assim, torna-se difícil, cada vez mais difícil gerir esta relação. Somos dois indivíduos dissonante, duas almas gémeas que se transformaram, que se desafinaram.
Mas apesar de tudo eu ainda o amo. Só quero que encontremos um atalho que nos faça percorrer de novo o mesmo caminho.
Será possível?
Talvez com um bom mapa!

C