sexto sentido

quinta-feira, janeiro 15, 2004

Escolhi ser Mulher

Sei que escolhi ser mulher. Não tenho qualquer dúvida que estava eu numa dimensão muito especial, em forma de energia, de cor forte (e eu sei que a minha era laranja) e um calor muito intenso, no estado entre a minha vida anterior e a que tinha pela frente. quando escolhi o meu sexo.

E toda eu sou feminina. Desde os gestos, aos pensamentos, aos receios, às sensações, aos sentimentos e à forma de os manifestar. Até a minha forma desajeitada é feminina... Esta minha forma sentida de ver os outros, de ver o mundo, de ver o amor.

Não sei se em vidas anteriores fui mulher, mas sei que a vontade de o ser era muito grande, muito forte. Seria eternamente mulher, há um orgulho especial dentro de mim por pertencer a este mundo intricante do feminino.

Tenho uma leve sensação que na anterior vida fui homem e celibático, para quem o ser feminino era uma incógnica, era um mistério que não cheguei a descobrir na sua plenitude. Mas sou invadida pela sensação de já ter sido uma elfa, mulher, previligiada.

Sentia tudo isto de diversas formas, muito mais intensas, quando era mais menina. Acho que ninguém me tomava muito a sério, atribuiam à minha imaginação (que apelidavam de fértil) todas estas sensações e histórias passadas que contava. O facto de ser tão atraída à igreja e de querer assistir à missa todos os dias com pouco mais de meia dúzia de anos não se devia a uma pancada de momento ou a uma religião desmedida. Eu sentia-me bem na igreja, eu reencontrava-me nas missas. Sei que estava lá um pouco de mim. É por isso que acho que na passada vida era monge e vivia com intensidade a espiritualidade e com revolta a instituição que me regia.

E gostava do mundo feminino... e tinha razão, é um mundo especial... onde as sensações fluem com outra intensidade, onde a naturalidade rege o gesto, onde o desejo é uma forma de amor muito pura, onde as intenções são mais doces e os olhares mais verdadeiros.

M