sexto sentido

sábado, janeiro 17, 2004

Como melhorar o mundo

Durante um debate numa universidade dos Estados Unidos, o ex-governador do
DFE actual, o Ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

Esta foi a resposta do Ministro da Educação Cristovam Buarque (que eu li e senti uma necessidade de partilhar no BLOG Sexto Sentido pelo humanismo e bofetada de luva branca que demonstra, especialmente ao povo arrongante como o Norte Americano. De facto, senão vivemos num mundo melhor, a muito se deve à má politica mundial que temos. Esta resposta é também uma resposta de como melhorar o mundo onde vivemos... enquanto é tempo):

De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra internacionalização
da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com
esse patrimônio, ele é nosso.

Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a
Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o
mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada,
internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O
petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia
para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no
direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu
preço.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser
internacionalizado.

Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser
queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões
arbitrárias dos especuladores globais.

Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países
inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos
os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio
humano.

Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural
Amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de
um país.

Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de
um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido
internacionalizado.

Durante este encontro, as Nações Unidas esão realizando o Fórum do Milênio,
mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por
constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como
sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan
deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris,Veneza, Roma,
Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza
específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas
mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos
EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas,
provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis
queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a
ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da
dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo
tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o
país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
Ainda mais do que merece a Amazônia.

Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio
da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar,
que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas,
enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja
nossa. Só nossa!".

M