sexto sentido

sexta-feira, março 19, 2004

19 de Março

Era uma vez uma menina que queria ser grande. Fez tudo para o conseguir.
Tentou subir a um monte para poder olhar de cima.
Aprendeu a ler, a escrever. Aprendeu uma profissão.
Conheceu o mundo.
Foi caridosa, foi benevolente, foi amiga do amigo, foi mãe, foi esposa, foi crente.

No entanto, cada vez que se sentava para reflectir, sentia-se ainda aquela menina que queria ser grande. Faltava-lhe algo. Algo que a completasse, que lhe disse-se que era de facto grande.
Tinha nascido órfã.
Não tinha os laços que todos temos, os laços que nos unem a algo, a um passado, a um presente e a um futuro. Que nos dão azo a continuar uma história.
A história dela começou com ela própria.
Faltavam-lhe as raízes da árvore à qual pertencia, e da qual se sentia apenas um pequeno ramo podado.

Hoje, no teu dia e em todos os outros, obrigado PAI, por me fazeres sentir GRANDE!


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