sexto sentido

quarta-feira, agosto 24, 2005

Fitas de Final de Curso



Reparei que o tampo da minha escrivaninha não estava a fechar. Já só esporadicamente venho dormir a casa dos meus pais e o meu quarto surge-me como uma descoberta constante do passado. E eis o que não deixava o tampo fechar: a pasta das Fitas de final de curso. Não resisti a tocar e reler todas as fitas. Foi assim que descobri e reflecti sobre algumas questões interessantes:

- Passaram seis anos e já há nomes que não sei quem são
- As canetas douradas (as mais caras) são as que agora não me permitem a leitura das fitas. Nada como a caneta preta para se ler bem (e coitada da caneta preta que era tratada como a feiosa na altura).
- Alguns colegas / amigos escreveram aquilo que nunca foram capazes de dizer e que me deixaram perplexa e emocionada pelo que pensavam e sentiam sobre a minha existência.
- Alguns colegas que não me eram chegados escreveram coisas que tenho a certeza que foi standard
- As fitas que mais me emocionam são dos meus amigos e pais, independentemente do que escreveram
- Acabo de ler as fitas com um ego extremamente inflacionado

E numa dessas fitas tenho esta frase, de um colega e amigo que dizia:

"O pior que podemos fazer a alguém é esquecê-lo" e eu recordo-me com grande alegria que no ano de curso que estivémos separados esperava-me sempre um email ou um telefonema da tua parte.

E eu fiquei seriamente a reflectir nessa frase, e acho que a frase tem uma extrema verdade. Fez-me reflectir se não estarei demasiado ausente de alguém ou se me terei involuntariamente esquecido de alguém que está a sentir essa distância. Aproveito por isso a compartilhar convosco este pensamento.