sexto sentido

segunda-feira, abril 18, 2005

Há qualquer coisa de maravilhoso no erro...



É numa tarde como esta em que eu penso na quantidade de erros que eu fiz. “Há qualquer coisa de maravilhoso no erro”* que nos empurra para um abismo de dúvidas e de acções menos correctas em que só perante o abismo nos fazem compreender que existe outro lado da vida para além dos nossos enganos e dos nossos lapsos.

É como se uma semente pudesse sempre crescer de várias formas, umas mais correctas do que outras, umas mais felizes, outras nem tanto. E a parte estranha da semente que se transforma em planta, tal como a criança que se transforma em adulto, é que é errando que nos tornamos mais compreensivos, mais coerentes, mais justos… É errando que amadurecemos e que damos mais valor ao que perdemos e que evitamos novas perdas. No fundo, só errando crescemos de uma forma mais integra e amadurecemos.

Errar, tem por isso uma dose de naturalidade e é um passo importante para compreendermos que não somos perfeitos e talvez a nossa passagem pelo mundo seja um aperfeiçoamento.

Talvez o erro seja uma forma de entendermos a importância de perdoar, pois sentimos na pele, tanta vez, a importância de nos perdoarmos.

E creio que o perdão, é por isso, um dos dons mais nobres e mais difíceis do ser humano. Mas é o perdão uma forma de nos sentirmos mais perto de algo que não entendemos mas que sabemos ser superior.

É numa tarde como esta em que eu penso na quantidade de erros que eu fiz. “Há qualquer coisa de maravilhoso no erro”* e eu hoje compreendo esta enorme dor, a qual há muito me perdoei e sinto-me grande por ter tido a possibilidade de errar e de me perdoar pelos meus próprios erros e de ter sido perdoada pelos mesmos. Só lamento ainda não ter conseguido perdoar… àqueles que não me pediram desculpas por medo de não serem aceites.

Mariana