sexto sentido

sexta-feira, março 19, 2004

19 de Março

Era uma vez uma menina que queria ser grande. Fez tudo para o conseguir.
Tentou subir a um monte para poder olhar de cima.
Aprendeu a ler, a escrever. Aprendeu uma profissão.
Conheceu o mundo.
Foi caridosa, foi benevolente, foi amiga do amigo, foi mãe, foi esposa, foi crente.

No entanto, cada vez que se sentava para reflectir, sentia-se ainda aquela menina que queria ser grande. Faltava-lhe algo. Algo que a completasse, que lhe disse-se que era de facto grande.
Tinha nascido órfã.
Não tinha os laços que todos temos, os laços que nos unem a algo, a um passado, a um presente e a um futuro. Que nos dão azo a continuar uma história.
A história dela começou com ela própria.
Faltavam-lhe as raízes da árvore à qual pertencia, e da qual se sentia apenas um pequeno ramo podado.

Hoje, no teu dia e em todos os outros, obrigado PAI, por me fazeres sentir GRANDE!


C

Resposta a um amigo da caixinha

"excessiva espiritualidade de um povo nada mais revela do que o seu atraso."

Tenho muita pena mas discordo completamente desta frase.
Em primeiro lugar a espiritualidade bem empregue é um avanço e não um atraso. Em segundo o que é um atraso?? Este é o tipo de mentalidade colonialista que pareces querer combater no resto do post, não percebo. Em terceiro e ultimo, falas dos terroristas e depois falas de um povo, é uma generalização perigosa, talvez até xenofoba, mais uma vez não percebo porque vai contra todo o resto do post. (Bufas100)



Caro Bufas100

A maioria dos meus posts são feitos com o coração nas guelras e os excessos por vezes extravasam os sentimentos. Não sou xenófoba, de forma alguma! Não sou racista e, de facto, tens razão quando dizes que a palavra "povo" está ali mal colocada, porque não me expliquei bem.
Não estava de forma alguma a querer fazer referência apenas ao povo árabe.
Tens que concordar que em certas civilizações a espiritualidade em excesso leva a actos incoerentes com a modernidade.
O fanatismo religioso de que são exemplo as crucificações praticadas em alguns países da América do Sul, os curandeiros em África, a discriminação da mulher no Médio Oriente, a censura católica, relativamente, a métodos de prevenção no que toca à SIDA, são actos "atrasados", ou não concordas? Atrasados em relação aos direitos humanos que conquistámos.
Mas, para além da religião, infelizmente, existem muitas outras coisas que considero atrasos, porque ainda não atingimos o Éden, porque tal como digo no meu post, ainda não estamos intelectualmente preparados para viver em harmonia. Ainda há muito de "besta", de animal, de instintivo em nós. Nós habitantes do Planeta Terra.

Não consigo admitir que o fanatismo religioso nos transporte para a Idade Média e para a Inquisição, de novo. Já lá vão muitos séculos apesar das sequelas que ficaram.
Não podemos permitir que determinados actos ditos de amor ao seu Deus, provoquem a morte de inocentes.
Eles é que são xenófobos, eles é que são racistas, os que os praticam e os que os defendem.

C