sexto sentido

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Paris II - à Noite



Em nove dias e nove noites, a dormir uma média de 5 horas, consegui rentabilizar ao máximo a minha visita.

Consegui para além das visitas turísticas habituais, ver Paris de formas não tão habituais. Os passeios nocturnos marcaram-me particularmente e tive a oportunidade de visitar Paris à noite. Em plena praça da OPERA estavam cantoras líricas, vestidas de branco, num pequeno mas alto palco com cerca de dez metros de altura. A sua voz ouvia-se largamente pelas outras avenidas. Nessa mesma noite bonecos de gelo deambulavam pela cidade e podíamos tocá-los. Estava muito frio mas mesmo assim tentámos evitar o metro.

Numa outra noite, não menos original, lemos um anúncio de um panfleto discreto que nos convidava a fazer um percurso de 8 km, a pé, com o objectivo de conhecer Paris à noite…e lá fomos nós, ainda por cima era gratuito. Surge-nos um casal muito estranho, francês, ele de fato e ela mais desportiva que nos dizem fazer este passeio como uma espécie de caridade. Existe um brasileiro que acompanha o casal para traduzir o que é dito mas em boa verdade traduz tão mal que prefiro guiar-me pelo francês que é dito. Como participantes, aparece um casal que vive no Canadá, mas que é Português e que corrige todas as gafes da tradução do brasileiro. A Portuguesa extremamente vive e cheia de energia acrescenta algumas informações ao que é dito.

Nesse passeio passámos pelas ruas onde habitaram grandes personalidades, passamos pelo ponto zero de Paris (bem em frente à Notre Dame) e pelo meridiano. Passamos por uma exposição de fotografia de rua, frente aos jardins do Luxemburgo e pelo “metro”. O metro está na parede e as pessoas serviam-se dele para medir as coisas (lindo!). Esse passeio leva-nos ainda a alguns pontos que integram o livro “O Código da Vinci”. Dizem os nossos guias que desde que esse livro saiu a afluência a Paris, com viagem organizadas temáticas sobre o Livro, tem sido enorme, principalmente pelos americanos.

Uma outra noite, fomos assistir a uma missa no Sacré-Coeur (lindíssima). Esta igreja foi construída sobre outros templos que existiram e tem uma energia muito forte, muito positiva e uma vista magnifica sobre a cidade de Paris.

O Molin Rouge decepcionou-me. Uma enorme fila para entrarmos, numa rua suja de latas de cerveja, onde esperávamos ao frio, pagando 75 € para ver um espectáculo que ficava bastante atrás dos nossos espectáculos no Casino Estoril. Um lugar apertado, num local não muito bonito nem muito digno.

E guardei a noite mais especial para o fim, a noite em que fui pedida em casamento, no último piso da Torre Eiffel, depois de algumas tentativas falhadas do meu actual noivo sobre o rio Sena… porque eu estava eufórica com a ideia de irmos à Torre Eiffel à noite. E não é que aceitei o pedido (e o anel)? Temos boda para 2005. Não fosse Paris a cidade do Romantismo :)

PARIS – IV Congresso Mundial Espírita



Oh Paris, Paris…

Lá fui eu para Paris, em pleno Outubro, descobrir essa cidade de luz, tão associada ao romantismo. Foi uma viagem muito interessante porque fui com um grupo espiritualista, com o qual, durante quatro dias, assiste ao Congresso Espírita Mundial, que este ano comemorava o segundo século do Nascimento de Allan Kardec, o pai dos Espiritismo.

Allan Kardec foi o primeiro homem que admitiu o Espiritismo e que o cientificou. Criou as regras dos contactos espíritas e escreveu o que podemos chamar da bíblia espírita.

Eu, uma quase leiga do assunto, fiquei deveras interessada no mesmo. Muita das coisas faladas no congresso eram bastante lógicas e de alguma forma não me pareceram assim tão estranhas. Tínhamos dois portugueses a discursar nesse congresso. E representaram-nos muito, muito bem.

O congresso tinha a particulariedade de tentar demonstrar a nível cientifico todas as novidades do Espiritismo. Falou-se por exemplo do perispirito. Ou seja, numa espécie de alma que a ciência comprovou existir e que provavelmente é o que nos difere dos outros seres.

Até há pouco tempo, acreditava-se que o ser humano era superior aos outros seres porque tinha mais genes do que os mesmos. Mas há medida que se foi estudando descobriu-se que um grão de milho tem cerca de 30.000 genes, um macaco 34.000 genes e o ser humano 35.000 genes… Ou seja, a diferença entre nós e um grão de milho são 5.000 genes que claramente não parece demonstrar a nossa real diferença.

Descobri com um Mestre Espírita que um dos grande comunicadores com o além foi o nosso Fernando Pessoa. E de facto, em visita anterior ao Museu do Fernando Pessoa, os próprios Técnicos do Turismo no mesmo insinuaram isso. E lembro-me de ter achado estranho um só homem dominar tantas matérias. Recordo que para além de Poeta e de poemas, no seu museu encontramos várias cartas astrológicas feitas por ele… no mínimo estranho o domínio de tão diferentes matérias…

O Mestre com quem falei, Português, pertencia a um grupo espiritualista e não espírita… mas respondeu-me a todas as questões que coloquei sobre a Reencarnação, o Karma, a manifestação de espíritos, entre outras. Acabei trazendo alguns livros para me informar melhor… Faz tudo tanta lógica…

Assisti a algumas incorporações – fora do congresso. Não me assustei, não me surpreendi… tudo me pareceu muito natural.

E termino o Blog com uma reflexão do Mestre com quem falei “Mas em Portugal, temos de ser muito discretos, porque o Português recorre sempre ao espiritismo e a outras ciências ocultas (que muitas vezes nem ciências são) em casos de aflição mas publicamente condena-as e goza-as”. Deixo uma questão em aberto: Será mesmo assim?